A comemoração do dia do servidor público provocou debate na Câmara Municipal, durante a sessão plenária de ontem, sobre a situação da categoria em Fortaleza. O vereador Plácido Filho (PDT) reclamou que a Prefeitura não tem cumprido os compromissos firmados com os servidores do Instituto José Frota (IJF), denunciando que a secretaria de Administração teria reduzido as gratificações de servidores da saúde sem discussões ou comunicado ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza.

"É imoral, injusto e ilegal. É o maior absurdo que está sendo feito pelo PT, justamente o Partido dos Trabalhadores", disparou o líder da oposição ao afirmar que os funcionários do IJF precisam desistir de processos trabalhistas para receber o Plano de Cargos e Carreira (PCC).

Plácido reiterou outros problemas enfrentados pelos hospitais públicos municipais. "Os servidores são verdadeiros heróis, que fazem das tripas coração para garantir funcionamento de hospitais mesmo com as precárias condições. Lamentamos que a Prefeitura ainda não acordou para dar salário justo e digno", afirmou o vereador.

As declarações de Plácido geraram a reação do líder do Executivo, Ronivaldo Maia (PT). Para rebater os argumentos da oposição, o petista exaltou conquistas dos servidores públicos junto à gestão de Luizianne.

Reconhecer

Na oportunidade, Ronivaldo destacou aumento superior a 20% em verbas para o IJF e que a Prefeitura Municipal de Fortaleza foi a única do Brasil a aumentar as situações de regência desses trabalhadores em 3%. Além disso, o vereador ressaltou que 1139 servidores foram beneficiados, em 2009, pelo incentivo de titulações de mestrado e doutorado e que houve aumento significativo no número de concursos públicos ao longo da gestão.

Enquanto Ronivaldo divulgava esses dados, o vereador Ciro Albuquerque pediu aparte, não concedido pelo petista porque ainda haviam "muitos números maravilhosos para citar", ao que Ciro retrucou, dizendo que "os números não são tão maravilhosos assim". O petista disse que o problema estava na recusa da oposição para enxergar o que, para ele, estava claro.

Trololó

"Se quisermos encontrar defeitos, claro que encontramos", disse Ronivaldo "Até 2005, servidores não poderiam brigar pelo PCC porque quase nenhuma categoria tinha. Nem professor, nem guarda municipal, e aí eu poderia ir citando. A gente sabe do que se coloca", acrescentou.

Ciro Albuquerque disse lamentar que a gestão de Luizianne use "muito trololó" quando ele sabe que a secretaria de Administração "esconde uma pilha de processos" e "muitos médicos desistem (de empregos em hospitais municipais) pela falta de compromisso dessa gestão", reafirmou o que já vinha dizendo na tribuna da Câmara.

Guilherme Sampaio (PT) também se pronunciou sobre a situação do servidor público. Ampliando a reflexão da situação da categoria para o Brasil, o vereador afirmou que o trabalho do PT no Palácio do Planalto, através do Presidente Lula, transformou a realidade dos servidores nos últimos oito anos.

"Antes, não havia discussão de PCC. A tese era de redução do Estado e terceirização dos serviços públicos", afirmou o petista antes de defender que houve, nos últimos anos, no Brasil, uma multiplicação significativa no número de concursos públicos para diversos cargos.