Delegado de Polícia aconselha deixar números de telefone com vizinho de confiança antes de curtir a folia

Enquanto muita gente viaja para brincar o Carnaval ou mesmo descansar e deixa a casa praticamente abandonada, ladrões e arrombadores aproveitam o período para "trabalhar duro". Durante os próximos quatro dias, os "amigos do alheio" fazem a sua própria festa. O jeito é ser precavido e não dar moleza para os bandidos. Antes de mais nada, vale salientar que uma providência que outrora se mostrou muito eficaz, hoje já não mais adianta: deixar as luzes acesas. Pior ainda: isso surte efeito contrário.

Os arrombadores costumam observar atentamente a movimentação no imóvel antes de entrar em ação. Uma luz que fica acesa dia e noite é sinal de que não tem ninguém em casa e a senha para ele agir. O mesmo pode ser dito em relação a deixar o rádio ligado.

Para o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Wilder Brito, deixar a lâmpada ligada é ainda uma alternativa válida desde que a pessoa recorra às do tipo fotocélula, que se apagam durante o dia e acendem à noite. "Com essas lâmpadas, todo o entorno da residência deve ser iluminado", destaca o delegado de Polícia.

Portas e janelas

Outras dicas importantes no entender do especialista são deixar o telefone com um familiar ou vizinho de confiança e solicitar a ele que dê uma olhada no imóvel; se tiver perdido a chave recentemente, troque a fechadura; pedir para alguém alimentar o cachorro, o que caracteriza o movimento na casa; e, antes de sair, checar portas e janelas.

Como o vínculo de amizade entre as pessoas mudou muito ao longo dos anos, hoje, muita gente sequer sabe o nome do vizinho. Esse tipo de relacionamento acaba facilitando mais ainda a vida dos larápios. Há registros policiais de caminhões que pararam em frente a residências e fizeram uma autêntica "mudança", ou seja, roubaram tudo que existia dentro do imóvel sem que ninguém nas proximidades fizesse qualquer tipo de manifestação.

Brito revela que, embora as ocorrências envolvendo as chamadas "casas engomadas" (fechadas) aumentem em Fortaleza, muitos ladrões preferem acompanhar a folia, principalmente, nas cidades praianas. "Os bandidos se misturam à multidão no chamado mela-mela. Acabam fazendo amizade e entrando nas residências que, normalmente, são alugadas por grandes turmas de amigos. Bebem com eles e, depois, fazem a ´limpeza´", informa o titular da Roubos e Furtos.

NA ESTRADA
Crianças merecem atenção especial

É hora de esquecer os problemas e dar um "chega pra lá" no estresse. O Carnaval, período de descanso para uns e de festa intensa para outros, pode ser tranquilo ou não. Depende das precauções que forem tomadas. Uma delas é com as crianças.

Os cuidados com a garotada devem ser tomados bem antes da festa. Já na estrada, os pais precisam adotar medidas para evitar acidentes ou, em caso de eles ocorrerem, tornarem suas consequências bem menos trágicas. Para se ter uma ideia, estudos americanos mostram que alguns equipamentos - instalados e usados corretamente -, diminuem em até 71% os riscos de morte em caso de acidente.

A orientação é para que os pais coloquem as crianças sentadas nas cadeirinhas adequadas para a idade, no banco traseiro e sempre com o cinto de segurança. Aliás, a medida vai além de uma orientação: é lei.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a penalidade para quem não obedecer a esse dispositivo é considerada gravíssima: prevê multa de R$ 191,54 e a perda de sete pontos na carteira de habilitação.

Até os dez anos de idade, a criança sempre deve ser conduzida no banco traseiro: até um ano, no bebê conforto; de um a quatro, na cadeirinha; de quatro a sete anos e meio, no assento de elevação, usando o cinto de segurança do veículo; de 7,5 a 10 anos, somente com o cinto.

A diretora de Planejamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Lorena Moreira, garante que o órgão estará atento a essa questão durante a fiscalização de hoje até a quarta-feira de Cinzas nas estradas cearenses.

Lorena ressalta que quem for flagrado terá também o veículo retido até que providencie o equipamento adequado.


FERNANDO MAIA
REPÓRTER